16.6.10

um país estranho

No escuro ele entrou no país estranho, e como era estranho, de entrada difícil, de repente perigosamente difícil, depois às cegas, mas feliz, instalou-se satisfeito; liberto de todas as dúvidas, todos os perigos e todos os receios, soltou-se, agarrou-se, agarrou-se mais forte; afrouxou para agarrar de novo, absorvendo todo o antes e todo o porvir, chegando ao começo da felicidade iluminada no escuro, mais perto, mais perto, cada vez mais perto, até ultrapassar toda a esperança, mais longe, mais longe, mais alto e mais alto até chegar repentinamente à felicidade escaldante.

De Um país estranho, ultimo dos Contos de Ernest Hemingway, em três volumes. Recomendo muito. Em algumas histórias tu entende claramente porque o Hemingway foi e é o Hemingway.

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