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22.4.13

dez anos e muitas vidas

Dai que hoje faz DEZ anos que eu entrei na faculdade. Já passei por umas tantas mudanças, mas a troca de Farroupilha por Porto Alegre foi a maior de todas. E também a melhor. Se tivesse que dividir a minha vida, seria algo como Pati A.F. (antes da Fabico) e Pati D.F. (depois da Fabico).

Mais do que isso não quero escrever, é tanta lembrança e tanta divagação que nem caberiam em um só blog.

25.6.09

uma opiniãozinha a mais...

Não queria dar pitaco sobre isso, mas foi mais forte que eu... O fato é que essa decisão do STF sobre a não mais obrigatoriedade de diploma para jornalistas gerou todo tipo de discussão sobre o assunto. Começou por aqueles que defendem romanticamente o canudo, afirmando que ele é o caminho para uma sociedade igualitária até aqueles que já tocaram um grande “foda-se” no jornalismo e, assim, se exploda o diploma junto.

Particularmente, não tenho uma opinião sobre esse assunto específico, como me perguntaram alguns amigos e colegas. E a melhor razão disso é o fato de eu considerar um tanto inútil essa discussão e a própria decisão acerca da obrigatoriedade.

Para os profissionais, jornalistas formados e diplomados – aí me incluo – não consigo vislumbrar quais serão as conseqüências da decisão do Supremo, se aumentarão vagas, se diminuirão vagas, quem vai ganhar com isso ou perder. E ouso dizer que ninguém sabe. Nem Fenaj, nem sindicatos, nem ANJ nem qualquer dos histéricos que tem se manifestado até agora.

Os argumentos das pessoas que são favoráveis à obrigatoriedade se baseiam principalmente à questão da qualidade do jornalismo e de uma possível queda nessa qualidade. Segundo essas premissas, para ser bom o jornalismo precisa ser exercido por pessoas com boa formação, o que seria possível somente na universidade.

Agora, eu me pergunto: a qualidade do jornalismo, de modo geral, pode cair ainda mais¿ Sinceramente, duvido muito. Eu acho que as coisas chegaram a um tal ponto de mediocridade, ruindade e mesmo de maldade na imprensa que parece difícil ficar pior - no máximo, se manter como está.

Destaque esses tempos de todos os portais brasileiros: Obama mata mosca durante entrevista na TV. Eu não acreditei. Tipo, não é verdade, não pode ser. E o texto ainda citava a declaração da criatura, “matei um inimigo voador”. Se algo for pior que isso, meus parabéns, quero ver de perto.

E quem está nas redações? São os jornalistas formados, pelas trocentas faculdades de jornalismo que existem e que não param de se proliferar. E não são apenas essas faculdades menores que são praticamente iguais a cursos técnicos. As próprias públicas estão focadas, hoje, na tecnologia, “de olho” no digital.

Por isso eu não consigo entender que tipo de “formação” as pessoas estão defendendo. Argumentar que há necessidade do profissional com sociologia, antropologia, direito, história e política é não se dar conta que há tempos as faculdades priorizam o técnico, o tecnológico e o mercado. A pessoa que quiser outro tipo de formação, de nível mais elevado, tem que se rasgar para conseguir boas cadeiras e procurar bons professores, caso contrário...

A última reforma do currículo da Ufrgs, por exemplo, privilegia exatamente o maldito apertar botões, principalmente no nosso próprio comportamento.

A faculdade não está formando jornalistas. Repórteres, menos ainda. E não sou eu quem diz, são as velhas gerações: o nível dos jornalistas está cada vez pior.

Em grande parte porque as pessoas que entram nesse curso, hoje, não sabem minimamente o que querem ou, se sabem, se vêem como o Pedro Bial ou a Patrícia Poeta do futuro. Uma parte muito pequena quer ser jornalista de verdade.

E isso deixa de caminho, para quem não quer viver longe da coisa, resistir e tentar encontrar um cantinho que lhes satisfaça a ânsia de ser jornalista. O resto das pessoas (que não são do ramo, como diz um amigo) vai tentar sobreviver e passar o resto da vida se arrependendo de não ter feito outra coisa.

Por tudo isso, por toda a frustração dos meus amigos que sentem, como eu, que a faculdade foi tão aquém daquilo que poderia e que deveria ser, eu considero que a obrigatoriedade do diploma não tem a mínima importância.

Se entrar gente nas redações que não sabe escrever porque não tem faculdade, eles não serão piores daqueles que saem da universidade e também não conseguem fazer isso. Se continuarem as pessoas que estão agora, com o canudo reluzindo na estante, elas continuarão noticiando as moscas do Obama.

Talvez seja uma forma meio simplista essa de encarar as coisas, mas eu acho que mais simples do que isso é reduzir o jornalista a um diplomado. E isso me incomoda muitíssimo mais.

23.2.08

tchau, tem um mundo aí me esperando

Acho que menosprezei todos os relatos que falavam que a formatura é um dos dias mais felizes de nossas vidas. Percebo com muita satisfação que eu estava errada. A formatura, realmente, se tornou um dos momentos mais especiais da minha vida, certamente um dos primeiros da lista de instantes inesquecíveis.
Mais do que pelo fato de que se inicia, agora, uma nova fase, fiquei feliz por ver que as pessoas estavam contentes por mim e gostam de mim. Fiquei feliz de ter conseguido superar todas as dificuldades financeiras, de moradia, de às vezes solidão, para estar no dia 22 de fevereiro de 2008 me graduando pela Ufrgs. Para ter um título que, muitos anos atrás, parecia tão longe, distante e impossível.
Como eu disse no meu “discurso” no palco, a Fabico se tornou a minha verdadeira família. Logo que eu cheguei do interior, foi o lugar onde eu fui acolhida e sempre encontrei ombros, ouvidos e sorrisos. Só tenho a agradecer a esse lugar por ter sido, em 2003, um recomeço tão bom. Foram os cinco melhores anos da minha vida, permitindo tantas descobertas, alegrias, risadas, festas e companheirismo que até mesmo as desilusões que eu tive têm hoje um sabor de nostalgia e saudade. De pensar que, aquilo que parecia ruim, no fundo não foi tão horrível assim.
Eu jamais vou esquecer esses anos, as pessoas e tudo que eu aprendi e vivi na Fabico. Diferente dos dez últimos semestres, nesse eu não vou voltar. Mas se eu pensava antes na Fabico como uma faculdade ou só mesmo um prédio, hoje se tornou uma lembrança, parte da minha história, que vive dentro de mim e nunca vai se apagar. Onde quer que eu vá, sempre vou lembrar com carinho de tudo.
Agora, o que vem é um recomeço, várias interrogações e dúvidas. Mas a certeza de que, até aqui, eu fiz o que achava que deveria ter feito. E da melhor maneira possível. Esse novo início me assusta, de certa forma, mas é inevitável e, se cheguei até esse momento, é porque preciso seguir adiante.
Nesse instante, pelo menos, só posso agradecer a todos que tornaram minha vida em Porto Alegre tão intensa e radiante. Adeus é muito triste. Então tchau, Fabico, valeu por tudo mesmo. Tem um mundo aí me esperando.
(primeiro texto como jornalista)

21.2.08

como era pra ser?

Sei lá se era pra eu estar feliz e dando risadas porque me formo amanhã. Mas tudo o que eu sinto é um vazio bem grande e até uma certa tristezinha. Ah, e um cansaço enorme.

18.12.07

hino nacional

Ontem, durante o lançamento do mapeamento do Pampa no salão de festas da Reitoria da Ufrgs, tocou o hino nacional. Em vez de me deter na pauta que eu tinha ou resmungar o hino e não pensar em nada, lembrei que ele vai tocar na minha formatura. Aí fiquei totalmente viajando, imaginando como vai ser quando eu estiver com meus colegas formandos no palco do Salão de Atos da universidade em fevereiro e meus pais e minha vovó na platéia.
De repente e, pela primeira vez, me dei conta de que a formatura pode ser muito mais bonita do que eu penso. Deve ser porque costumo encarar boa parte das coisas com um "grande coisa" e "nada de mais".

6.12.07

o dia em que os detentos foram ouvidos

Podia ter escrito ainda no dia 5, mas como me atrasei, vá lá, dia 6, lá por 0h18. Hoje (já que ainda não dormi, considero o mesmo dia), foi um dos dias mais interessantes na Fabico. Apresentada a monografia, meu orientador convida a donzela a virar um PDF e um link pro seu site e ainda me sugerem um artigo, um provável pontapé para o mestrado. Apesar dos mil erros de ABNT, um triplo 10. E uma sensação que valeu a pena. Imensamente.
Porque todo mundo merece um dia agradável de vez em quando. E um dia pra se exibir bobamente.

25.10.07

planos e lacunas

A Anaí me conta de uma conhecida nossa que terminou com o ex. De outra conhecida que anda perdidamente apaixonada pelo namorado. De ainda outra que voltou a trabalhar.
Então eu respondo que o mundo inteiro parece que anda e só eu continuo no mesmo lugar. Aí ela me olha com um ar leve de deboche e diz “como parada no mesmo lugar? Tu está te formando”.
Ela me disse que uma vida nova começa. Eu respondo que, no fundo, tenho medo da tal vida nova. Ela fala dos planos que vão poder ser postos em prática. E eu rebato um descrente “que planos”.
A conclusão que chegamos é que eu só fiz planos para até o final da faculdade. A partir daí, uma grande lacuna.
Vai ver é isso que me incomoda, mais do que o cansaço de fim de curso. Uma grande lacuna para completar, não sei ainda de que forma.

16.8.07

nostálgica

Sou um tanto nostálgica por natureza. Mas ir até a Fabico nesse semestre que - se tudo der certo - será o último, me desperta esse sentimento mais do que nunca.
Nem saí de lá ainda, mas a nostalgia nasce dos amigos que já saíram ou estão saindo. Me dei conta da tristeza de ir ao bar ou passar na frente do Dacom (já que sou velha demais pra entrar) e não encontrar mais caras conhecidas. Elas foram sumindo aos pouquinhos. Agora, são raridade.
Acho difícil, sinceramente, ir até a Fabico e não encontrar mais as pessoas que me fizeram rir e aprender tanto.
É como se, agora, aquilo fosse só um prédio vazio, velho, com cartazes e pessoas que não me dizem nada.

9.5.07

sextante

O tema da Sextante desse semestre é leitura. Minha turma adorou o tema, que já tinha surgido no final do semestre passado. Não posso dizer que não tenha gostado - tudo menos eucalipto. A questão é que um tema como esse não me motiva tanto a realizar. Prefiro um assunto como terra (reforma agrária), onde existe o conflito e se pode argumentar, filosofar, atacar, contra-atacar, medir, comparar...
O que não acontece com a leitura. Há consenso, pelo menos entre os normais (de acordo com a lógica ocidental e cartesiana) de que a leitura é importante. É bonito ler. Faz bem. Talvez pra saúde. Vamos ler. E incentivar os outros a ler.
Acredito que seja importante uma publicação com esse assunto, sobre leitura, com lembrança e reconstituições de passado, personagens possivelmente interessantes. A questão é que, sem embate, não consigo pensar. Sem embate, tudo me parece óbvio. Sem embate, o mundo fica chato.
Se eu encontrasse alguém que desprezasse a leitura com todas as suas forças e fosse um ativista da destruição de livros, por entender que eles não prestam, eu ficaria chocada. Mas, certamente, essa pauta seria minha.
Mas, não fosse a Sextante, eu não teria matéria de verdade nesse semestre. E é sempre bom fazer uma entrevista aqui, escrever um texto acolá. Serve pra eu me sentir viva e lembrar do porquê, um dia, tive certeza que o jornalismo seria a minha vida.
No fundo, eu tenho essa certeza. Mas é todo um contexto que insiste em me jogar pra trás. É uma confusão maluca que me faz duvidar da minha própria existência. Eu queria ter as respostas, queria saber o que fazer. Principalmente, queria saber o que vai acontecer. Pior do que quando terminei o segundo grau, olho pra frente e vejo uma página em branco que, em breve, vai ter escritos. Pior se forem rascunhos. E eu tenho medo das possibilidades.
O medo paralisa, e o meu anda me atormentando. Só espero passar por essa fase, olhar pra trás um dia e perceber que eu consegui.
E, quando esse dia chegar, eu espero estar na rua, com meu bloquinho na mão.

15.9.06

considerações após semana "contente"

Não agüento mais a Fabico. Não agüento mais ouvir falar de festinhas e bobagens fabicanas, tampouco de fabicanos.

Por que raios eu iria no enterro de dois fabicanos que não conheci? Só pelo fato de serem fabicanos? Ou por que o aviso de seus óbitos estava no elevador, junto com uma proposta para trabalhar em um evento internacional de comunicação?

O pessoal da Letras é estranho, e o do xerox das Sociais parece reunir vários mafiosos.

O Maior Amor do Mundo é um filme muito ruim, quem foi no cinema acreditando na propaganda de que era uma das melhores produções brasileiras de todos os tempos caiu no conto do vigário.

O Ungaretti tinha razão, Perseu Abramo é bom.

Eu devida ter lido Guy Debord antes.

Estou cansada das minhas aulas de literatura no Vale. Descobri que jamais faria letras.

Espero encontrar de novo o menino lindo que eu vi na terça-feira tomando café no Antônio, antes da minha aula de sociologia. Era absolutamente lindo. Meu número. Amor à primeira vista, deve ser o poder dos seus all stars...