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31.12.18

Um ano pra me sentir realizada




Única postagem no ano, mas eu adoro fazer e por isso vencemos a preguiça para estarmos aqui:

Coisas boas

1. Participei da construção do livro sobre van Emelen! Eu tinha um super sonho de colaborar em algum livro (porque enrolada como sei jamais escreveria, mesmo que me tivesse talento) e fiquei radiante quando fui convidada. Foi bastante cansativo mas esse acontecimento, por si só, faria de 2018 um ano mágico. Ir na Martins Fontes da Avenida Paulista e ver o livro com meu nominho na ficha técnica e nos agradecimentos ali, em meio a tantas obras magníficas.

2. Aprendi italiano! Concluí o nível básico da língua e comecei o livrro de Intermediário. Ainda não tive a experiência de usar o idioma pra conversar com alguém, mas pelo que me conheço e conheço de línguas não vou ter grandes problemas quando isso acontecer. Italiano estava na minha lista de "um dia/talvez" e me sinto incrível por ter cumprido esse objetivo em um ano.

3. Financeiramente o ano foi muito bom. Pela primeira vez consegui juntar dinheiro dando aulas, algo que me pareceria impossível quando comecei, há três anos. Apesar de alguns contratempos economizei legal.

4. Aos poucos a minha nova viagem foi se materializando. Cumpri passos importantes e deixei tudo o mais encaminhado possível para tirar do papel de vez esse objetivo em 2019. Não tem mais jeito, aí vamos nós!

5. Ganhei um amor inesperado, um amor que já rondava minha vida. A Pipoca, depois de ficar doente, resolveu me adotar e eu me deixei ser adotada. Pode parecer bobagem, mas uma gatinha tornou meus dias mais coloridos, quebrou certas resistências minhas e eu descobri que absolutamente amo ser mãe de bicho. Dure o quanto durar, a pimpolha já mora no meu coração pra sempre.

6. Li muito. Aliás, meu recorde recente. Foram 33 livros e mais uns dois dias eu fechava 2018 com 34 lidos. Pra quem passou anos lendo um ou dois, olha, que mudança.

7. Apesar de capenga, especialmente no segundo semestre, mantive atividade física e meditação. Pontos para melhorar, mas por ora considero algo bom do jeito que foi.

8. Esse ano me trouxe uma paz de espírito. Precisei me isolar de muitas coisas e de muitas pessoas pra descobrir o que é essencial pra mim. É como se eu tivesse finalmente me perdoado, me redescoberto, me aceitado.

9. Cresci muito profissionalmente esse ano. Ano passado já tinha aprendido que se não fosse atrás do meu ninguém iria por mim, e esse ano aprofundei essa filosofia. Era hora de me tornar mais responsável pelos meus negócios e eu fiz isso o quanto pude.

10. Por incrivel que pareça até irlandês eu consegui estudar um pouco esse ano. Faltou tempo pra ir além, mas gostei muito da louca aventura de tentar aprender esse idioma insano de tão difícil.

11. (bônus) Meu pai conseguiu se aposentar!

Coisas ruins

1. Pela primeira vez em muitos anos não fiz uma viagem sequer pra além de Farroupilha, pra onde gostaria, inclusive, de ter ido mais vezes. Mais falta de tempo do que de dinheiro, mas considero que esse ano foi bastante atípico.

2. Uma reforma infernal na minha casa que durou três fucking meses. Um milagre chegar ao fim desse período com sanidade. Com certeza eu poderia ter feito mais coisas não fosse a zona em casa, o barulho, a incapacidade total de se concentrar. Acho que eu merecia um troféu no fim das contas.

3. A Pipoca ficou doente em setembro e fora o medo de perdê-la o episódio foi estressante, foi muito estressante. E foi caro. Se das coisas ruins a gente tira um coisa boa foi que ela descobriu que me ama :) 

4. Não pude estudar inglês como gostaria e passei o ano me debatendo com metas que nem de perto consegui manter.

5. Tinha um projeto de manter meu nível de espanhol lendo livros de literatura clássica da Biblioteca Cervantes e tinha feito até um cronograma pra ler um por mês mas adivinha que nem consegui começar. Queria ter estudado marketing digital e me aprofundado em como dar aulas online. Não consegui. Aliás, meu sistema de organização pessoal mostrou que não comporta a minha desorganização e procrastinação de cada dia e várias coisinhas que eu podia ter feito pra completar alguns projetos não aconteceram. 

6. Meu blog em inglês ficou abandonado. Em português também, Isso me deixa bem triste. Escrevi algumas vezes pro Medium, mas foi uma fase meio temporária e eu sinto falta de algo mais “íntimo”, digamos, como um blog.

7. Minha avó sentiu mais dores no corpo esse ano e espero que isso não se alastre pro novo ano.

8. Minha rotina, de modo geral, foi esculhambada. Normalmente ela é bastante incerta pela natureza do meu trabalho, mas sinto que poderia ter sido bem melhor em termos de comer, dormir e afins. Talvez por isso tenha chegado em dezembro quase morta de tão cansada.

9. Tive uma tosse entre julho e agosto que me fez gastar dinheiro e me enervou até não poder mais.

10. Não dei a atenção que eu queria pros meus amigos, nem pra minha família.


Analisando meu ano com esse meu exercício eu vejo que não fiz taaaantas coisas, mas as que fiz foram grandes e signficativas, como editar o livro, aprender italiano e (pré)organizar a viagem. Junto com o meu trabalho isso tomou um tempo surreal e afetou todas as áreas da minha vida, como família, lazer (minhas sagradas viagens pros arredores de São Paulo) e até outros estudos. Porém, acho que consegui fazer o que era essencial, como sugere um livro que li dias atrás, e o que não fiz agora faço depois ou nunca mais, se sentir que não é o caso.

Não lembro de ter terminado um ano tão motivada pra começar o outro. Medo eu sinto sim, mas algo importante mudou em mim esse ano e tem a ver com o que eu coloquei no item 8 das coisas boas. É como se uma parte (ruim) de mim e da minha história estivesse ficando pra trás e algo bom estivesse renascendo no lugar.



Eu tenho apenas um grande objetivo em 2019 e não almejo mais que isso. Vai ser difícil, vai me dar milhares de dores de cabeça, mas ele precisa ir em frente. Algo me diz que daqui a um ano, quando eu escrever essa lista de novo, vai faltar espaço tanto pras coisas positivas quanto negativas. Agora é só esperar. E respirar. Porque o que tiver que acontecer vai acontecer :) 




30.12.17

Buscando o equilíbrio


Venho sofrendo da costumeira preguiça de recesso que me acomete nessa época do ano. Mas eu gosto e até preciso refletir um pouco sobre o ano, então decidi escrever meu já tradicional balancete de dezembro, com coisas boas e ruins que se passaram.

Coisas boas
1. Primeira notícia maravilhosa do ano foi: passei no CAE. Fiz o teste no final de 2016, mas o resultado só saiu último janeiro: 199 pontos, só um pontinho longe da proficiência. Até pensei em fazer o CPE este ano, mas seria necessário um planejamento grande e abrir mão de muitas outras coisas. Let it go, ao menos por ora.

2. Fiz 12 cursos online. DOZE. O dobro do ano passado. Nem eu acredito. Seis de espanhol (um programa integrado da Open University/Future Learn). Outro do  British Council (via Future Learn também) sobre aprendizado e ensino de línguas (uma contribuição enorme à minha formação). Três de Business English da Arizona State University na Coursera e dois de meditação de uma universidade australiana (também via FutureLearn, onde passei boa parte do tempo em 2017). Pra 2018 já estou matriculada em sete. Vamo que vamo.

3. Li 29 livros, do quais 27 inéditos. Ler pouco nos últimos anos era algo que me incomodava, quase me envergonhava e, principalmente, algo que me intrigava. O que houve com aquela pessoa que lia tanto? (eu no caso, um tempo atrás). Esse ano, em vez de esperar um horário ideal pra ler, eu enfiei ao menos um livro na bolsa ou na mochila e li no caminho. Passei hooooras em transporte público e foi ali que li quase tudo isso.

4. Trabalhei como instrutora de inglês o ano todo, um objetivo que eu tinha no início do ano. Tive um feedback maravilhoso de alguns alunos e, embora não esteja decidida que quero me focar só nisso, me parece um futuro interessante. Comecei dando aula em uma consultoria e terminei com duas, depois de procurar novas parcerias no segundo semestre.

5. A possibilidade de uma viagem, em médio prazo, que pode desencadear a realização de vários sonhos. Nada está definido ainda, por isso sem mais detalhes. Digo apenas que sacudiu minha cabeça igual a um terremoto.

6. Mantive atividade física o ano todinho. Caminhando perto de casa, no condomínio ou no instituto Butantam, não consegui fazer todo dia, mas coloquei como prioridade e saí com esse fim ao menos três vezes por semana. O resto que espere que vou dar minha caminhada. Ainda tento colocar o alongamento como uma atividade diária (não me toma dez minutos), mas a preguiça é desgraçada.

7. Comecei, ainda bem timidamente, a fazer meditação, a partir de dois cursos muito legais no FutureLearn. Era algo que eu queria há anos e que, graças às formações, consegui tirar do papel. Me identifiquei 100% com o conteúdo do programa e já via benefícios após as primeiras práticas.

8. Aprendi a me preservar mais, assim como a meus sentimentos, e uma consequência foi me fechar mais e me afastar de algumas pessoas. Mas vejo um lado bastante positivo nisso. Eu precisava. Com isso, também diminuí meu tempo em redes sociais e pude fazer coisas divertidas em vez disso (brincar em um livro de liga-pontos, colorir com tempera, brincar com lápis de cor). Fora poder me focar mais em relacionamentos mais duradouros com pessoas queridas, pra quem posso dispensar atenção de forma mais plena.

9. Estudei espanhol o ano todo, de janeiro a dezembro. Coisa linda. No primeiro semestre teve o curso do Future Learn, que me deu o ânimo necessário. Cansada de estudar online, abri um cadastro na Biblioteca Cervantes, na Paulista, onde pude retirar livros. Me dando um prazo apertado pra completa-los, estou prestes a completar o nível B1 (faltam alguns exercícios que devo fazer semana que vem). Finalmente posso dizer que falo BEM o idioma.

10. Tomei a decisão de ser mais corajosa e tentar dar um rumo na minha vida profissional. Isso tem a ver com dar aulas particulares e também com a área de comunicação, onde pretendo me reciclar e tentar aprender novos conceitos. Se eu gostar, legal, se não parto pra outra. Percebi que neste ano andava meio ranzinza em alguns aspectos e nada vai mudar só com o poder negativo jogado pro mundo. Financeiramente as coisas estão ruins, não estou me sentindo realizada, talvez no fim das contas eu precisasse de toda a frustração dos últimos anos pra enxergar algumas coisas.

11. Logo no início do ano ganhei um dinheiro absolutamente inesperado que salvou minhas economias neste ano. Teve a ver com um trabalho anterior e, Deus do Céu, me senti ganhando na loteria. A vontade era danças no meio da rua.

12. No último mês do ano, troquei de quarto em casa. Pra um maior, um pouco mais caro, mas eu precisava de mais silêncio (o anterior era barulhento), mais espaço e de mudança. Uma qualquer, desde que imediata. Quero muito curti-lo em 2018.

13. Fiz umas viagens curtas, mas muito legais. Holambra, linda, finalmente a visitei. Destaco também Guararema e Atibaia, onde passei dias maravilhosos. Dentro de São Paulo também fiz uns passeios divertidos, conheci parques novos, trilhas, museus. Redescobrir a cidade sempre me deixa feliz.

14. Consegui visitar minha família mais do que a média. No segundo semestre, fora Natal, viajei pra Farroupilha duas vezes – incluindo aniversário da minha vó em outubro J Acho difícil repetir isso no próximo ano, mas vamos ver o que dá pra fazer. Skype tá aí pra isso.

15. Participei de alguns eventos e escrevi algumas poucas matérias para a Revista RI. Como tenho tentado praticar mais a gratidão, não poderia deixar de citar, afinal contribuíram com um dinheiro importante e me permitiram atualizar meu portfolio de jornalista.

16. Comprei um tablet. Me deu a louca, eu tinha um dinheiro que na época podia ser usado pra isso e pá pum. Coisa incrível. Amor da minha vida desde o primeiro minuto de uso.

Coisas ruins
1. Minha rotina de ir pra cama e de sono está bastante esculhambada e não consegui botar nos eixos. Conto nos dedos os dias em que acordei cedo por opção e não necessidade absoluta. Redes sociais, malditas, me roubam um tempo considerável à noite, fora a tal da tela brilhante, então pra 2018 quero colocar o limite (já testado) de não acessar a internet após as 22h. Difícil porque trabalho à noite (por isso a dificuldade de ter uma rotina equilibrada), mas posso fazer melhor.

2. Fiquei ultradeprimida em alguns momentos, principalmente na metade do ano e, se fosse pra arriscar o que houve em julho, diria que foi tudo dentro de mim dizendo “As coisas não estão legais”.

3. Financeiramente, apesar de ter ganhado um dinheiro legal no primeiro semestre, não consegui equilibrar as contas no segundo semestre e fiquei praticamente no prejuízo. Literalmente fiquei esperando trabalho, várias coisas saíram cagadas, e só agora consigo ter noção do absurdo de tudo isso.

4. Tentei conseguir trabalhos e projetos como jornalista, maiores para conseguir um dinheiro legal mesmo, e dei com os burros n’água. Impressão é que não tem mais nada aberto ou rodando. Que houve com o mundo? Cadê os jornal e as revista tudo?

5. Queria ter escrito muito mais para meu blog em inglês. Total falta de organização. Mas escrevi alguns para o Medium, em um caderno físico e até mesmo aqui, então tento não me chatear tanto. Consegui mudar o layout (aleluia!) e quero dar mais atenção pra isso nos próximos meses, ainda nem sei como.

6. Falando nisso, embora tenha melhorado muito em termos de organização, estou longe do ideal. Sinto que podia ter feito mais coisas, perdi tempo com bobagens, mas às vezes foi meio culpa do desânimo.

7. Queria ter avançado mais no estudo de inglês, mas no segundo semestre, enrolada e preocupada em arrumar mais trabalho, meio que larguei de mão. Acabo aprendendo muito por causa das aulas, mas não é o suficiente. Menos mal que estudei bastante espanhol (meta principal do ano), estudei um pouco de árabe (bem pouquinho) e até comecei irlandês no Duolingo.

8. Eu não tinha grandes expectativas em relação à minha vida afetiva e, nossa, ainda bem, porque começamos o ano do mesmo jeito que terminamos.

9. Um dos meus objetivos era aprender edição de imagem. Comecei bem empolgada a seguir alguns tutoriais do Gimp, mas em fevereiro já tinha perdido o pique.

10. Terminei o ano desgastada, principalmente na questão emocional. Era bem esperado, mas foi cansativo atravessar dezembro com esse sentimento.

Claramente, passei comtranquilidade das dez coisas positivas em 2017. Algumas foram estonteantes, outras apenas legais, mas todas contribuíram para que fosse um ano bom. Difícil, longo, desafiador, mas ainda assim não tenho do que reclamar da vida. Se tivesse que definir esse ano com uma palavra, diria que foi o ano da reflexão. Mais que qualquer outro. Antes de publicar estava lendo meus balancetes de anos anteriores e, credo, como tenho feito coisas. Se nem sempre as certas, ao menos tenho tentado. E vamos continuar tentando em 2018, que começará com tudo. Tem que dar certo. E vai dar.

29.12.16

Um ano tão difícil

Não lembro de um ano que tenha terminado de forma tão desanimadora quanto esse 2016. Parece que foi notícia e coisa ruim do início ao fim.

Eu não diria que foi o pior ano da minha vida porque houve alguns momentos muito bons, mas certamente foi um dos mais difíceis. Em geral daqueles em que se precisa de uma dose enorme de coragem pra sair da cama pela manhã.

Quis fazer novamente aquela “retrospectiva pática” pra refletir um pouco sobre o que passou e projetar meu 2017 a partir do que esses últimos 12 meses me ensinaram. Here we go:

Coisas Boas

1. Finalmente fiz a prova de Cambridge. Foram dois anos de procrastinação até as tais “condições ideais” surgirem. Se passamos ou não é assunto para 2017, mas saiu um peso dos ombros por colocar no presente essa promessa tão longa. Em função disso estudei inglês loucamente e acredito que meu nível nunca foi tão bom quanto agora.
2. Juntei muito mais dinheiro que imaginava no início do ano. Comecei o ano quebradínea financeiramente, e a grande meta era pagar as contas com tranquilidade e economizar uma coisinha mensalmente.  Nesse aspecto o ano saiu melhor que encomenda.
3. Fiz seis cursos online. SEIS. Um de Direito Americano (que poderá servir para Inglês Jurídico se um dia algo assim se concretizar), um de jornalismo e quatro de English Teaching. Foi o ano de definitivamente morrer de amor pelo universo do ensino online. Tudo de graça, feito em casa, de pijama, sem colegas malas, esquematizado pra gente acompanhar no nosso ritmo. Sem palavras pra essa maravilha.
4. Passei pela experiência profissional mais difícil até hoje e me orgulho do fato de não ter desistido no início, como era minha vontade. Alguns conselhos e muitas reflexões me fizeram continuar e superar meus próprios limites. Acreditei em mim e decidi parar quando achei que era o momento certo. Eu fui muito forte, outra vez, em todas as etapas.
5. Não deu pra fazer grandes viagens, apesar de ter planejado algumas, mas fiz umas viagens curtíssimas que deram uma nova perspectiva sobre o ato de explorar o mundo e os nossos arredores. Um final de semana entre Paranapiacaba e Embu das Artes, no meio do ano, me deu motivos pra sorrir e lembrar que a estrada está aí pra nos fazer feliz. Eu já viajei pra tantos países mas nunca havia conhecido essas cidades, além de Santana de Parnaíba e Pirapora de Bom Jesus, que são pequenas mas adoráveis em suas cores e peculiaridades.
6. Minha intenção era iniciar meditação, não deu, mas ainda assim desenvolvi mais meu desapego e minha capacidade de viver o momento presente. Menos coisas, mais experiências. Também esclareci alguns pontos importantes sobre mim, principalmente sobre minha assexualidade, e isso me dá tranquilidade enorme pra eu continuar sendo eu mesma.
7. Apesar de não ter estudado espanhol como deveria, termino o ano com um excelente nível para alguém que nunca se dedicou a isso seriamente. O fato de morar com nativos da língua, frequentar grupos de idiomas e estar em contato durante meses no trabalho fez toda a diferença. Aliás, já estou matriculada para um curso online sobre e pretendo doar muito do meu primeiro semestre à “causa” de alcançar um nível intermediário consistente, especialmente em termos de vocabulário.
8. Termino o ano com menos expectativas em relação ao ano que começa e algo me diz que isso é bom. Porque todas as vezes em que eu tento fazer algo “bonitinho” sai tudo esculhambado, o que quase me leva a crer que o caos é parte integrante de mim (senão do universo).
9. Dei aulas de inglês de forma quase contínua. Apenas parei no final do ano porque uma aluna teve bebê. Aprendi muito sobre ensino da língua e engordei o cofrinho graças às aulas – pra não dizer que teve função terapêutica em momentos bem difíceis do ano. Sinto prazer em poder ajudar alguém a entender algo novo.
10. Um fantasma de Dublin, ao que parece, perde sua força. Foi apenas um unfriend no Facebook, nada muito planejado, mas era um passo importante e doloroso que precisava ser dado. E finalmente foi. Essa lembrança ainda me machuca mais do que deveria, mas apenas o tempo pode me ajudar a partir de agora.

Coisas ruins

1. Tive o trabalho mais frustrante da minha vida e foi uma sucessão de tristezas. Eu realmente achei que seria legal, uma oportunidade de voltar ao jornalismo no chamado grande estilo, mas não deu certo. No geral foi um fracasso e, exceto pela parte financeira, um atraso de vida, já que eu deixei alunos e turma que me empolgavam bastante para me dedicar integralmente. Ultimamente encaro o que houve como algo para testar minha força e resistência.
2. Li poucos livros. Comprei vários, mas faltou motivação pra ler. Eu não me culpo, porém. Quando der vontade eu leio, como estou fazendo nesses dias de interior e descanso.
3. Não escrevi o quanto gostaria de ter escrito. Criei um blog em inglês para relatar minhas experiências overseas, mas raramente escrevo. Diria que faltou tempo e saco de passar ainda mais tempo na frente do computador.
4. Termino o ano muito perdida em relação a qual caminho seguir e me sinto sozinha também, talvez mais do que nunca. Tem horas em que me sinto corajosa, no entanto muitas vezes dá um medo gigante do futuro, que parece um bicho papão.
5. Tive mais momentos de depressão do que imaginava, especialmente por causa do trabalho. Achei que estaria indo em direção a um poço sem fundo e cogitei buscar ajuda profissional. A correria do dia a dia me fez desistir, assim como a perda do plano de saúde após a demissão.
6. Recomecei a fazer atividade física, mas de forma muito inconstante. Parei por meses e mesmo nos últimos tempos, quando sobrava uma horinha no final do dia, cheguei a passar duas semanas sem colocar os tênis para dar minha caminhada na vizinhança. Nas vezes em que fui foi mais motivada por dores causadas pelo sedentarismo do que por questão de consciência mesmo.
7. Tinha planos de estudar árabe e não consegui nem ao menos pegar os livros este ano. Me dediquei a mil coisas, então a falta de tempo foi um fator, mas sinto saudades desse tipo de estudo e empurro a meta para 2017.
8. Eu deveria, talvez, estar mais aberta à vida e às pessoas e aos amores, mas acho que as minhas experiências me levaram a um ponto em que eu perdi a vontade e a crença de que existe alguém legal no fim do arco-íris. Talvez um dia esse sentimento ruim passe.
9. Uma aluna, a primeira que tive, não quis mais ter aulas comigo. Apesar de saber que ela tem um histórico difícil e nunca se dedicou, o episódio me decepcionou.
10. Uma das escolas para quem dei aulas decidiu encerrar meu contrato por falta de alunos, supostamente, o que faz sentido em tempos de crise. Na prática não faz grande diferença na minha vida, mas eu contava tirar algum rendimento dali no ano que viria.

Foi um ano em que muitas coisas aconteceram, mais boas do que ruins na média – fiz a bendita prova de proficiência, conheci uns lugares pitorescos, juntei dinheiro, foi mais forte do que supunha. Sobrevivi. A parte negativa fica por conta da expectativa que não se concretizou, caso que eu resumo como uma grande frustração que já acabou.

Pra 2017, eu não quero resoluções, mas vou traçar algumas diretrizes, como fiz em 2016. Acho que a grande questão é descobrir qual o próximo passo a tomar. Talvez eu já saiba, mas preciso ainda pensar. Daí é tomar coragem e seguir. Porque no fim a vida é isso, life is movement, e a gente não pode parar.


25.12.15

2015: comprido, sofrido e difícil. mas ainda assim, bom

Pelo quarto ano seguido fiz minha listinha de coisas boas e ruins que me aconteceram em 2015. Uma forma de pensar em tudo que rolou nesses 365 dias. E olha que não faltou coisa.

Começando pelas positividades:

1. Viajei muito – foram quase 15 países em apenas três meses. Incontáveis cidades e infinitas sensações de passar por lugares como Paris, Roma, Amsterdam e Veneza, que até então só existiam na minha imaginação.
2. Voltei a estudar espanhol. E a resolução aconteceu de forma rápida, uma semana após voltar de Dublin. O processo teve altos e baixos, mas cheguei no final do ano perfeitamente capaz de engatar uma conversa em nível – dizem – já avançado.
3. Incomodava o fato de não saber fazer nada – nadica de nada – além de jornalismo. Pois a necessidade se aliou a esse estranho desejo e comecei a dar aulas de inglês. Right now não sei qual será o futuro disso, mas sinto que precisava ter saído dessa zona de conforto.
4. De participante assídua de grupos de conversação em Dublin e depois em São Paulo, acabei virando organizadora de um. O Clube Poliglota foi um turbilhão na minha rotina e até na minha personalidade. De pessoa tímida e introvertida tive que incorporar a host que vai lá e fala com todo mundo. Uma mudança daquelas.
5. Depois de um hiato voltei a morar em São Paulo, cidade que segue suprema como diva no meu coração. É pisar lá que tudo fica melhor.
6. Passei o ano de 2014 me debatendo em dúvidas e questões existenciais. Elas estão longe de solucionadas, mas sinto que aprendi várias coisas que me dão segurança pra viver a vida que eu sempre quis. É como um quebra-cabeça que se encaixa aos pouquinhos. Em outras palavras, aprender a Tocar o Foda-se é preciso e eu sinto que essa lição vai de vento em popa.
7. Fiz muitos amigos, desde a Irlanda até São Paulo. Um mar de gente legal entrou na minha vida e São Paulo, que sempre representou um pouco de solidão, vai virando a terra de meus muitos e novos amigos.
8. Criei um blog em inglês para retratar parte das viagens que fiz pela Europa e para treinar a escrita em inglês. Está um tanto abandonado nos últimos meses, mas quero escrever regularmente no ano que vem. A Little Refuge vai ser um repositório das memórias páticas na língua do Shakespeare.
9. Começo 2016 com alguns planos – uma futura viagem (e longa) pela América do Sul, estudar novas línguas, desbravar diferentes mundos... Algum tempo atrás era impossível começar um ano com qualquer projeto, por mínimo que fosse.
10. Depois de sofrências prolongadas em ambientes hostis, consegui um lugar incrível (e relativamente barato) pra morar em São Paulo. Quase tão bom quanto o milagre de ter morado naquela casa supimpa e com gente supimpa em Dublin. Até passei a acreditar mais na vida.

E as coisinhas que foram uma pedra no sapato - ou tênis, que combina mais comigo:

1. Tive muitos momentos de depressão. Deixar a Irlanda – um país onde eu já estava quase 100% adaptada – e me “readaptar” foram momentos muito difíceis. Talvez tenha sido ingênua por acreditar que seria mais simples. Ainda doi saber que existe um mar entre a Irlanda e euzinha.
2. Termino o ano tão perdida quanto comecei. Aquela sensação de que todos estão mais ou menos certos do que fazem enquanto a gente parece uma imensa e amorfa boia em alto mar.
3. Há anos não me via quebrada do ponto de vista financeiro. É uma experiência nova depois de anos acumulando dinheiro (que foi lindamente gasto na Europa, sem qualquer arrependimento). Mas não deixa de ser algo chato com que se preocupar, especialmente quando a gente opta por viver em cidades ridiculamente caras como São Paulo.
4. Voltei para o Brasil para trabalhar como jornalista e, devido às mil crises do mundo, acabaram os empregos para repórteres, é o que parece. Se tem sido bom e desafiador me embrenhar por novos caminhos, ainda não sei lidar com o fato de não mais ganhar a vida por meio do jornalismo. Algo a que se pensar seriamente no futuro.
5. Em Dublin, tive imensa sorte de morar em lugares muito legais. Em São Paulo, não bastassem todas as dificuldades do retorno eu ainda fui parar em duas casas que mais pareciam manicômios, com o agravante de que em hospícios de verdade os hóspedes devem ser bem mais legais. Foi o verdadeiro atraso de vida. Thank goodness tudo isso já passou.
6. Outra frustração foi o fato de a distância e o tempo não serem capazes de apagar algumas memórias que já deveriam estar mais fracas. Eu ainda sinto saudades de quem, na certa, nem lembra mais de mim.
7. Li poucos livros. Fiquei meses sem trabalhar, tempo que seria suficiente para ler muitos. Ao mesmo tempo, escrevi pouco. Falta de ânimo resume e talvez justifique.
8. Se por um lado me abri pra vida, por outro me fechei ainda mais em mim mesma. Pode ser que seja um momento, que a angústia mais forte passe.
9. Minha rotina de atividade física não resistiu às mudanças de cidade. Eu poderia culpar a falta de tempo, mas a verdade é que a esculhambação dos últimos tempos me impediu de calçar um par de tênis e caminhar pelo bairro. Alimentação também foi tudo, menos saudável.
10. Falando nisso, meus níveis de desorganização atingiram patamares poucas vezes registrados. Produtividade mandou beijos e passou longe em 2015.

Acho que o principal acontecimento desse ano foram as milhares de mudanças e reviravoltas na minha vida e, consequentemente, em mim. Oscilo momentos de otimismo com um desânimo incrível. Às vezes me sinto vazia, às vezes me sinto motivada para construir algo. O maior aprendizado do ano foi, de novo, que a vida é uma estrada. Cheia de curvas, imprevistos, tempestades e arco-íris. Aceitar tudo isso sem sucumbir, bem provável, seja o grande desafio pros próximos anos. A gente começa por 2016 mesmo, que já tá à espreita.


Março, em Veneza - melhores dias do ano :) 


24.12.14

what a crazy year

Tenho andado totalmente distante daqui desde que cheguei à Irlanda, mas falta motivação pra escrever e, quanto menos português, melhor. Fim do ano, porém, me lembrou das duas retrospectivas que publiquei em anos passados. 2014 foi um ano louco, louquíssimo, daqueles ideais para avaliar o que deu certo, o que deu errado e o que simplesmente aconteceu.

Coisas boas:
1. Finalmente meu intercâmbio virou realidade. Depois de uns três anos planejando, pensando e juntando dinheiro, em abril embarquei no primeiro avião em Porto Alegre para desembarcar na diva Paris e, por fim, conhecer Dublin, o lugar que seria minha casa a partir de então durante pelo menos um ano.
2. Meu objetivo número 1 era melhorar o inglês, o que aconteceu com louvores à minha pessoa. Cheguei no nível Upper Intermediate (depois de estudar sozinha por eras) e em apenas um mês e meio passei para o nível Advanced. Exames, que eram algo que eu só sabia de ouvir falar, viraram um objetivo concreto para os próximos tempos. Sem falar que recebi uma caralhada de elogios pelo meu inglês, tanto de falantes nativos do inglês como não nativos. Ouvi mais de uma pessoa dizer que gostaria de ter um inglês como o meu :)
3. Depois de todos os estresses passados com meu trabalho em 2013, todas as pendências foram finalmente resolvidas, o que me rendeu recursos mais do que consideráveis para viver na Irlanda sem precisar de um trabalho.
4. Provei a mim mesma que posso me adaptar facilmente à vida em outro país. Eu diria que estranhei as duas primeiras semanas. A partir da terceira já me sentia em casa. Nesse sentido, dou um crédito à cidade de São Paulo, que me ensinou tudo relacionado à vida em cidade grande.
5. Melhorei minha autoestima. Sempre imaginei que ninguém prestaria atenção em mim na Europa - tem mulheres lindíssimas em cada esquina, loiras e olhos azuis e ainda altas -, mas descobri que, de repente, até eu posso fazer algum sucesso nestas bandas. Também melhorei minha autoestima em todos os aspectos. Muita gente mostrou respeito com minha profissão, com meu trabalho focado em Direitos Humanos no Brasil e até com o fato de eu falar quatro idiomas (incluindo meu ainda pobre árabe).
6. Fiz amigos maravilhosos e de todas as partes do globo. Fiz zilhões de conhecidos também, mas tenho um punhado de gente que levarei no meu coração forever.
7. O muro que eu mantinha em volta de mim, me "protegendo" de eventuais relações afetivas e suas dores, caiu. Se caiu ou foi derrubado, pouco importa.
8. Eu viajei. Rolei pela Irlanda (não tanto como gostaria, mas os dias foram incríveis) e ainda fui parar no Reino Unido, Portugal e Espanha. Os 29 dias, se não os mais felizes, os mais bem aproveitados de toda a minha vida. Aprendi que posso ser uma grande mochileira - pelo menos nesses países, vamos ver nos próximos :P Sem falar que conheci vários lugares lindos ao redor de Dublin, especialmente durante o verão, o que me deixa com aquele sentimento de ter curtido a vizinhança
9. Aprendi tanto que nem lembro bem como era eu antes de vir para a Irlanda.
10. Tenho alguns planos para quando voltar ao Brasil, para o futuro. Nada muito específico, nada muito importante, apenas ideias, aspirações. Estudar fotografia talvez, estudar espanhol, tornar viajar meu verbo principal... Estou mais propensa a deixar a vida me levar, como diz a música,
11. Fotografei muito, apesar de (ainda) não ter uma câmera legal.

Coisas ruins
1. O que era para ser uma relação boba e saudável se transformou em algo péssimo para mim. É terrível quando se confia em alguém que não respeita os sentimentos da gente. Se algo deve ficar de tudo o que passou, é o aprendizado de que alguém que te deixa doente não serve pra ti, independente de qualquer sentimento.
2. Apesar de meus pais terem Internet em casa e minha vó um telefone fixo, eu falei muito pouco com eles durante o ano. Foi vergonhoso. A diferença de tempo atrapalhou, mas teve aí um componente de desorganização e meu ânimo oscilante durante o ano.
3. Não me adaptei a Dublin. Desde meu primeiro dia na cidade tenho a impressão de que não nascemos uma para a outra. Não é exatamente uma cidade pequena, mas é um ovo se comparada à linda Pauliceia Desvairada. Gosto mesmo dos lugares próximos, belas prainhas, mas a cidade em si não ganhou meu coração.
4. Assim como em outros anos, percebi que perdi a calma em diversas situações e preciso trabalhar meu autocontrole. A ansiedade ficou em níveis altíssimos também, o que me deixa com uma sensação de esgotamento no final do ano.
5. Parei de fazer exercícios por uma série de razões - tempo instável demais em Dublin, falta de roupas adequadas, falta de rotina, falta de ânimo. Noto que me faz uma falta danada e, com certeza, contribui para aumentar minha ansiedade.
6. Não li sequer um livro na Irlanda desde que cheguei. Comecei um, parei, cheguei a comprar outro em Londres mas a verdade é: não tenho vontade. Pretendo tirar o atrasado quando chegar ao Brasil.
7. Tenho a desconfortável impressão de que não aproveitei o intercâmbio como deveria ter aproveitado. Talvez no futuro essa sensação mude, mas por ora o que fica é um feeling de frustração.
8. Depois de anos parcialmente adormecidos, alguns sintomas de depressão vieram à tona em Dublin, especialmente depois de terminar minhas aulas e durante o inverno, quando escurece às quatro da tarde. Angústia foi uma constante.
9. Não me aventurei na cozinha como em 2013. Faltou motivação (e também produtos frescos nos mercados, que são entupidos de produtos industrializados).
10. Termino o ano altamente confusa e com um sentimento de estar perdida em alto mar, meio que alheia ao mundo real. Coloquei como um ponto negativo do ano, com esperanças de que se transforme em algo positivo em 2015.

A avaliação do meu ano, obviamente, centrou-se na minha vida irlandesa, que ocupou oito meses desse 2014. Como comentei com uma amiga um dia, vivi uma quantidade tão insana de coisas novas que acredito que só serei capaz de pensar melhor sobre tudo daqui a algum tempo. Considero que ainda estou no olho do furacão. Para simplificar, de bom eu considero todas as paisagens e pessoas que conheci, como a oportunidade de olhar a vida de um jeito diferente. De ruim, meu coração ter se encantado com alguém que não estava nem um pouco interessado nele.  Mas não culpo meu coração, coitadinho, afinal de contas ele foi a única coisa honesta em tudo isso. Só espero que ele ainda encontre, um dia, motivos para sorrir, bobamente, do mesmo jeito como tantas vezes sorriu em Dublin.

29.12.13

refletindo 2013

Imagem: Pinterest

No final de 2012 fiz um post que listava coisas boas e ruins que aconteceram comigo naquele ano. Resolvi repetir o "exercício" e refazer as listas. Não estabeleci uma ordem - fui escrevendo conforme os fatos me vinham à mente.

Coisas boas
1. O intercâmbio finalmente saiu do papel. Depois de buscas e pesquisas resolvemos (as várias Patis que moram em mim) que Dublin será o destino a partir de março.
2. Aprendi demais sobre a vida. Demais.
3. Mantive o estudo do árabe do início ao fim do ano e vejo que a evolução foi notável. Faltou tempo para me dedicar mais e avançar.
4. Voltei a estudar inglês "para valer" - parei por alguns meses, mas consegui recuperar muito conteúdo no final do ano.
5. Voltei a praticar atividade física. A resolução mais antiga da minha lista finalmente virou realidade (aplausos intermináveis). Joguei as desculpas no lixo e passei a caminhar de manhã. De quebra ainda comecei a correr, o que ajudou a chegar no final do ano com um corpitcho mais bonito.
6. Cozinhei durante todo o ano e agora sei fazer pratos legais e bonitos.
7. Consegui, num geral, uma vida mais saudável, o que resulta em benefícios tanto no lado físico quanto emocional.
8. Participei de vários projetos profissionais interessantes, que me renderam não só dinheiro como experiência e conhecimento.
9. Li muito, mas muito mais do que em 2012. Em 28 de dezembro já havia alcançado a meta (relativamente alta) de livros que havia me colocado há alguns meses.
10. Assumi que sou uma pessoa do "dia" e passei a acordar cedo. E a dormir mais cedo, também.
11. Me tornei uma pessoa mais organizada e consigo lidar melhor com as procrastinações da vida.
12. Reduzi o consumismo. Comprei só quatro peças de roupa durante o ano, um recorde nos últimos tempos. E me desfiz de muitas coisas. Desapego chegou para ficar.
13. Minha vó fez quatro cirurgias, todas elas bem-sucedidas. Esse ponto é o último só na ordem do blog, porque foi o que o me trouxe mais alegrias em 2013.

Coisas ruins
1. Trabalhei horrores. Acima do recomendado, sem dúvida. Por um lado essas coisas são positivas, mas o excesso fez com que meu nível de estresse aumentasse muito em determinados momentos.
2. Em função da falta de tempo minha vida social foi quase inexistente. Pude contar nos dedos as vezes em que saí para me "divertir".
3. Vida afetiva estagnada (de novo)
4. Meu ex-emprego. O que começou com alguns aborrecimentos terminou com um nível de tensão de zilhões de watts. Boa parte (uns 80%) dos meus problemas durante todo o ano tiveram aí sua origem.
5. Pratiquei quase nada de fotografia com minha máquina analógica. A falta de uma lente desanima, mas está na lista de aquisições futuras.
6. Meu computador antigo deu pau. Exatamente no início de um trabalho importante. Tudo bem que comprei outro (esse lindo em que digito agora), mas me trouxe uma dor de cabeça considerável. E acabei perdendo muitos arquivos legais.
7. Perdi a calma em diversas situações. Preciso aprender a controlar melhor meus sentimentos.
8. Viajei pouco para ver minha família. Culpa do trabalho mas principalmente minha, que preciso exercitar o "não" e me livrar de pesos e responsabilidades desnecessárias.
9. Nos anos em que vivi em São Paulo foi o que menos viajei, de forma geral. A causa era nobre (economizar para o intercâmbio), mas faz falta conhecer lugares novos.
10. Fiz poucas reportagens e fiquei quase o ano todo encafifada. O d e i o me sentir presa, definitivamente.


Daí que o ano foi tão, mas tão positivo no fim das contas que passei o limite pré-estabelecido de dez coisas positivas. Listei 13, as mais significativas, mas podiam ser mais até. Felizmente quebrei a cabeça para encontrar dez coisas ruins. E a maioria dela nem foi necessariamente ruim, apenas chata, xarope, como a história do computador.

Além das realizações em si, o que me anima é que boa parte das coisas negativas de 2012 tornaram-se as coisas boas de 2013. Estamos indo bem :)

Para 2014, o que eu mais quero é viver. Sem grandes expectativas, sem grandes planos, apenas viver e encarar o que vier por aí.

29.12.12

coisas e coisas

Retrospectiva daqui, retrospectiva de lá, pela primeira vez deu vontade de fazer a da minha humilde vida. Pensei em listar dez coisas boas e ruins, para facilitar e ver no que dava. No fim, foram 11 boas.

Coisas boas
1.       Comecei a escrever para a ARede
2.       Fiz o curso de história da arte
3.       Ganhei o 3º lugar no prêmio da CBIC
4.       Conheci Brasília
5.       Melhorei meu texto e “cresci” como jornalista
6.       Avancei no estudo do árabe – estou lendo e escrevendo melhor
7.       Comecei a me preocupar e organizar minhas finanças
8.       Passei a dedicar mais tempo para minha vida pessoal e minha casinha
9.       Fui a Porto Alegre cobrir o Fórum Social Mundial Palestina Livre
10.   Consegui fazer algumas receitas de culinária - ainda saladas
11.   Economizei mais dinheiro

Coisas ruins 
1.       Meu tio faleceu
2.       Muitos problemas no trabalho
3.       Incomodação imensa com a Sky - sem a menor culpa da minha parte
4.       Me decepcionei com algumas pessoas
5.       Minha vida afetiva continua “estagnada”
6.       Estudei inglês de forma muito desorganizada
7.       Li pouco
8.       Não pesquisei sobre intercâmbio, como havia planejado
9.       Parei de estudar espanhol
10.   Não fiz atividade física

O que me deixa feliz é que a maioria das coisas boas foram resultado do meu esforço - como as matérias para a nova publicação ou o prêmio em Brasília. Já a maioria das ruins - pelo menos as que mais me atrapalharam - foram obras do acaso ou provocadas por "terceiros".

Enfim, estou bem longe de dizer que esse ano foi supimpa, mas sem dúvida foi um dos anos em que eu mais cresci. Aliás, a trinca 2010-2011-2012 será meio inesquecível, pois foram meus anos mais solitários até hoje e aqueles em que eu mais aprendi sobre a vida e sobre o que é importante de verdade.

Quero muito 2013, e bem com aquele sentimento de começar tudo de novo.

28.12.07

pati em 2007

Copiando descaradamente as retrospectivas de fim de ano que aparecem em todas as partículas do universo quando um ano vai embora, vou aproveitar e fazer uma espécie de confidencial aqui. Não é lá tanto interesse público que justificasse colocar isso em um blog, mas a única explicação é: meu deu vontade. A maior mudança que 2007 me trouxe foi justamente essa frase. Fazer mais as coisas que me dão prazer e vontade, sem tentar agradar a cronogramas que no fundo nem são meus.
Eu iniciei ano em São Paulo, na Virada da Paulista, típico lugar que eu sempre tinha visto pela televisão e pensava em como seria estar ali. Do meu lado, vários corredores da São Silvestre de várias partes do Brasil e duas argentinas. Certamente o melhor Reveillón da história, porque o mais inesperado. Na volta pra pousada, uma madrugada de risadas nos sofás enquanto um dos corredores me contava dos treinos e passava Moulin Rouge na Globo.
No dia 1º de janeiro, pisei pela primeira vez nas areias de Copacabana. Era uma noite bonita ali pelas 22h, e eu estava sozinha e tão feliz. Acho que foi o momento mais fantástico de 2007. Naquele minuto, descobri que seria um grande ano.
Na primeira semana de janeiro, virei de ponta a ponta o Rio de Janeiro seguro. O que quer dizer que não me aventurei pelas favelas. Fiquei foi no Rio turista da classe média, com direito a passada no Leblon da novela das oito. Entre museus, praias, vistas e o centro, descobri que o Rio poderia ser minha casa.
Me aventurei um pouco mais por São Paulo. Quis conhecer o Morumbi, o Pacaembu e o Museu da Língua Portuguesa, onde vi a exposição mais fantástica sobre Grande Sertão: Veredas e jurei, novamente, que ainda vou ler esse livro.
Conheci a Neca e a Clarice no Conselho de Contabilidade, e a Neca se mostrou a chefe mais legal do mundo. Sinto saudades de verdade daquelas tardes geladas de inverno quando se tomava chás e cafés e ria de tudo que se passava dentro e fora da sala onde a gente trabalhava.
Li Crime e Castigo, boa parte dele em Capão. Também li Bukowski e me senti não mais em crédito com um amigo quando terminei As Veias Abertas da América Latina. Mas não li Sartre. Nem o livro da Danuza Leão nem Simone de Beauvoir. Mas comecei o ano lendo Balzac.
Conheci Torres e Nova Petrópolis. Em Torres, os dias poderiam ter sido mais bonitos para as fotos serem melhores. Em Nova Petrópolis, eu não fotografei nada, mas me deu vontade de passar muito tempo naquela cidade tão doce.
Também conheci Nova Santa Rita, durante uma mobilização do MST. Foi a melhor aula de realidade e história do ano.
Passei a trabalhar na Chasque, e nos primeiros dias me vi no site do Brasil de Fato. Mal acreditei.
Queria ter aprendido a nadar. Mas a natação é uma brincadeira um tanto cara, então eu adiei um pouco essa questão. Mas espero voltar nela.
Mandei o e-mail mais importante da minha vida. E ele nunca teve resposta.
Tentei riscar alguém da minha vida definitivamente. Mas ainda não foi neste ano.
Senti muitas saudades. E sei que sentiram também.
Completei o último ano de Fabico. Uma mistura estranha de alegria e tristeza, mas nesse momento, a certeza de que vai ser melhor.
Fiz a monografia que eu queria e me redescobri de várias formas. Se for verdade que os verdadeiros jornalistas se sentem atraídos pela marginalidade, fui aprovada, porque passei o ano mentalmente dentro de cadeias, favelas e diversos submundos.
Estudei pouco pro inglês, e absolutamente nada pro francês.
Tive contato pela primeira vez com a antropologia. Tanto que fui até a Igreja Universal fazer um estudo etnográfico. Descobri que as ciências sociais me esperam.Não me informei o suficiente sobre mestrados, muito menos elaborei um plano. Mas vai ver não era a hora.
Fui pouco ao cinema nessa segunda metade do ano. Espero reverter isso.
Comprei um laptop e penso em como pude viver tanto tempo sem ele.
Entrei pela primeira vez na Fase – antiga Febem. E fiquei mal e triste e desanimada.
Quase fui na final da Libertadores. Mas fico feliz por ter feito parte de uma das filas mais bizarras da história do Grêmio recente.
Me tornei muito mais sensível e obsevadora do que eu era. E estou achando bom.
Me afastei e me reaproximei de várias pessoas, em vários sentidos.
Parei de enganar a mim mesmo e jurar que no próximo ano começaria a freqüentar uma academia. Foi em 2007 mesmo, e me alegro. Nem está sendo tão ruim.
Assisti a Glauber Rocha pela primeira vez.
Esperei que o Axl Rose viesse a Porto Alegre pra eu relembrar meus tempos de colégio. Não veio. Mas não fiquei de modo algum surpresa.
Terminei o ano gostando mais do meu cabelo. Deve ser porque eu terminei o ano gostando mais de mim do que em outros tempos.
Na real, era isso. Não teve lá muita ordem essas confidências de mais fracassos que sucessos, mas acho que serviu pra eu pensar um pouco. Certamente não consegui falar de tudo, nem fui clara em muitos aspectos, mas eu entendi. E termino 2007 dizendo que, primeiro, as coisas devem fazer sentido na minha cabeça. Depois, explico pro mundo. Ou pelo menos tento.
E fiquem certos vocês, que passam por aqui, que cada um tornou meu ano bem mais interessante, divertido e especial. Agora era isso mesmo. Fui. Até o ano que vem.