Esse ano parece tão longo que, em vez de ano, parece que se encerra um período de tempo bem maior. Às vezes nem acredito que tantas coisas aconteceram em um mesmo ano. Formatura, debandada de Porto Alegre, semanas de incerteza em Farroupilha, chegada em São Paulo, afinal o emprego e ainda um emprego tão melhor...
Piegasmente falando, só tenho a agradecer neste ano. Aconteceram, sim, coisas difíceis, como deixar Porto Alegre que, até hoje, foi a cidade onde mais gostei de morar (São Paulo é legal, mas aquele universo de concreto surta a gente de vez em quando). Também tem sido ruim viver longe dos meus amigos do tempo de faculdade e da minha família, dos amigos do interior, tudo aquilo com que a gente cresceu e está acostumado.
Mas não posso deixar de reconhecer que São Paulo tem me feito muito bem. São Paulo representa a segunda chance que eu resolvi me dar. Tomei coragem de deixar o que eu tinha para tentar descobrir se a vida podia ser menos cinzenta do que vinha sendo.
Nisso existe um certo paradoxo porque, ao mesmo tempo em que eu gostava de Porto Alegre e de todas as pessoas, havia algo que não mais me satisfazia. Eu já não acordava, nesses últimos meses, com a mesma vontade por lá. E hoje eu sei o motivo disso: é porque eu não acreditava mais em nada, não tinha mais esperanças em nada e não acreditava que nada de interessante viesse acontecer.
A impressão que tenho, tantos meses depois, é de que coisas boas só se realizaram porque eu decidi abrir mão de outras. Como se fosse um preço a pagar. O batido ”não se pode ter tudo”. Talvez.
E os fatos se sucederam tão rápido como se fossem um sinal de que, naquele momento eu deveria ficar em São Paulo, que aquele era meu lugar. Tudo em uma semana: encontrei um lugar para morar, um trabalho que me garantiria por lá e a pessoa que tanto busquei e que quase havia desistido de encontrar.
Era para ser isso como uma retrospectiva de 2008 – algo que minha nostalgia intrínseca insiste em gostar – mas saiu como um monte de divagações bem desorganizadas. Serve, de qualquer forma.
Só mesmo, tudo isso, para dizer que este blog não está tão abandonado quanto parece e que a tendência é de, em 2009, as postagens sejam mais freqüentes – e bem melhores.
E, em muito tempo, eu quero que chegue o ano novo – não porque este foi horrível, mas é só a vontade de fazer tudo ainda melhor.