7.7.13

o sorvete da banca 40

Toda vez que vou a Porto Alegre, agora como visitante da cidade, passo pelo Mercado Público. Impossível não passar. Minhas pernas me levam até lá, seja para almoçar ou simplesmente sentir aquele chão rústico, caminho de tantos porto-alegrenses em mais de um século de história.

Nunca tomei o sorvete da tradicional Banca 40. Já almocei, lanchei, tomei água, tudo, mas jamais tomei o sorvete. Sempre encontrei razão para não fazê-lo. Ou não era calor, ou eu achei caro, ou estava com fome, ou com pressa, ou um algo que sempre me separou das bolinhas geladas. Sempre ia embora e pensava "na próxima eu tomo".

Cintia Grillo - Pinterest

Ontem, enquanto eu acompanhava o fogaréu que tentava consumir o Mercado Público, lembrei do sorvete. E que aquele "próxima vez", de que tanto fazemos uso na vida, pode nunca chegar. Se o local tivesse sido destruído, jamais teria a chance de provar aquela denúncia anunciada.

O Niemeyer dizia que a vida é um sopro. Ele tinha toda a razão. Por isso, quando voltar a Porto Alegre, vou correndo tomar sorvete na Banca 40. E se estiver em um dia inspirado ainda compro o maior e o mais caro.

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