A Casa das Rosas em São Paulo fez um m evento com palestras, música e dança irlandesa (e Guinness, mas por 32 reais não tem condições). Claro que eu estava lá. Foi o trigésimo evento do tipo em São Paulo. Voltei pra casa com tanta coisa na cabeça e no coração que precisei despejar umas linhas. Joguei no Facebook, mas quis reproduzir por aqui também.
23.6.17
Bloomsday
A Casa das Rosas em São Paulo fez um m evento com palestras, música e dança irlandesa (e Guinness, mas por 32 reais não tem condições). Claro que eu estava lá. Foi o trigésimo evento do tipo em São Paulo. Voltei pra casa com tanta coisa na cabeça e no coração que precisei despejar umas linhas. Joguei no Facebook, mas quis reproduzir por aqui também.
11.2.16
como sobreviver à austeridade
Perto de algumas crises existenciais que me assolam, a questão do dinheiro (falta dele, pra ser precisa) tem sido até razoável de lidar. O chato é ter que pedir dinheiro emprestado (depois dos 30 anos isso se torna meio constrangedor), mas ultimamente me agarro na fé e no lugar-comum de que tudo vai dar certo no final.
Fato é que nem tudo é desgraça e se tem algo bom na dureza é que a gente começa a dar valor pro que é barato ou de graça (esse último melhor ainda!). Aí vai uma listinha dessas coisas que preenchem o tempo, alimentam a alma e contribuem para tornar a pobreza menos penosa.
6. Revirar a internet em busca de receitas fáceis e que levem poucos ingredientes – aliás, revirar a internet em busca de qualquer coisa. Que coisa mais linda essa tal rede mundial de computadores. Além de livros de receitas, há cadernos de arte, fotografia, ficção, não ficção, tem de tudo. Eu mesma preparei um xarope para curar minha última crise de tosse – algo que não faria se tivesse dinheiro sobrando, obviamente.
5.1.16
idas e vindas na Pauliceia
17.12.13
primeiras despedidas
Quinze caixinhas. Esse foi o saldo de coisas/tralhas/materiais acumulados em cerca de cinco anos e sete meses de vida paulistana. Hoje a mudança partiu para Farroupilha, oficializando a despedida A próxima e última etapa será sábado. Até lá, continuarei batendo perna - um modo que encontrei para afagar a cidade, que é tão grande e não cabe no meu abraço.
10.12.13
meus lugares
26.11.13
humanidades
Na volta para casa, depois de um dia de trabalho, pego um ônibus da linha 805L-10, que sai do terminal Princesa Isabel, no centro, em direção à Avenida Paulista e ao simpático bairro da Aclimação. Uma viagem como tantas outras, não fosse o cobrador e o motorista serem novos naquele itinerário. Sim, ambos. Sim, e na mesma viagem. Nem um nem outro tinha ideia de como chegar ao destino final. O jeito que os dois encontraram, logo ao sair da garagem, foi recorrer ao aplicativo mais antigo do mundo, o ato de perguntar a quem já sabe - nesse caso, aos passageiros. Como é comum que as pessoas peguem a mesma linha todos os dias, não foi difícil para cada um dar sua contribuição com um "agora vai reto", "no próximo ponto vira à direita", "sobe a Consolação", "faz aquela curva" etc. Eu mesma dei meus pitacos quando não havia mais ninguém a quem o cobrador, muito boa gente, pudesse recorrer. Desci já no bairro do Paraíso e, até aquela altura, havia sido uma bela e tranquila viagem.
Não fosse, claro, a atitude histérica de algumas pessoas. Uma moça chegou a ficar nervosa enquanto bradava que-absurdo-vocês-saem-da-garagem-sem-GPS-onde-já-se-viu. E mais gente foi acometida desse pânico, como se estivéssemos no meio do Oceano Pacífico, à deriva, e não na Avenida Angélica. No meio do pânico de meia dúzia no ônibus não me aguentei e disse para o cobrador, "uma vez as pessoas davam a volta ao mundo sem saber para onde iam, agora não conseguem ir até a esquina". "Pois é", concordou ele, também indignado com aqueles surtos.
De fato um GPS poderia ter ajudado o motorista, economizado algumas preocupações, mas no fim das contas não deu tudo certo? As pessoas não estavam ajudando? Eu achei a viagem super divertida, cheia de vozes, movimentos e opiniões - até porque, se houvesse o tal GPS, o mais provável é que nenhuma daquelas pessoas estivesse conversando e interagindo. Estaria cada um com a cara enfiada no seu mundo. Eu mesma em algum livro ou no MP3.
Para além do estresse paulistano, desnecessário em 99% das ocasiões, me chamou a atenção a dependência bizarra à tecnologia. Conheço pessoas que mal saem de casa agora sem um GPS. Outras ficam quase loucas sem celular. Sem internet, então, é como se perdessem o braço. Eu gosto muito de tecnologia, apesar de não ser a mais adepta às parafernálias. Vejo o lado de facilitar a vida, a possibilidade de acesso à cultura, o contato com gente querida que mora longe. Mas a última coisa que quero é que a tecnologia destrua o que eu tenho de mais humano, que é a capacidade de pensar e buscar soluções. Dentre elas de perguntar aos outros o melhor jeito de se chegar a algum lugar. Sempre fiz assim e sempre deu certo. Posso demorar um pouco mais para chegar, mas como um dos meus objetivos futuros é desacelerar, isso não será um empecilho. Perguntando a gente acha, com certeza.
24.11.13
a chuva e os olhos marejados
Não senti grandes coisas quando deixei Farroupilha, afinal tudo que queria era morar em Porto Alegre na efervescência dos 18 e uma faculdade pela frente. Quando deixei Porto Alegre houve aquela melancolia, mas era um sentimento suave. Mas é só pensar no momento - cada vez mais próximo - de dar tchau para a Avenida Paulista que sinto os olhinhos marejados.
Esse sentimento todo só pode significar que fui feliz aqui.
Eu vou porque eu preciso, São Paulo, sua linda, mas eu vou voltar porque eu te amo. Enquanto isso vamos curtir nossas últimas semanas juntinhas, com chuva e tudo.
24.7.13
lembranças do frio
Depois de um domingo calorento e mangas curtas, o frio chegou. Não na intensidade do Sul, obviamente, mas veio. Arrisco a dizer que essa madrugada foi a mais fria desde que moro aqui.
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Imagem: Pinterest |
Já fui mais fã de frio, assim como odiei o calor com todas as minhas forças. Hoje vou rumo ao meio-termo. Gosto de dias quentes, mas que não me façam derreter; assim como gosto de dias frios, bem frios até, mas não os aguento por muito tempo. Confesso que nesse sentido é um alívio morar em um lugar como São Paulo, onde inverno e verão costumam ser agradáveis (exceto pela parte das chuvas no início do ano).
Mas é nos dias frios em que eu mais sinto falta de Farroupilha. Mais especificamente da minha casa. Deve ser porque meias lembram meias de lã, e meias de lã lembram conselhos da minha mãe, pedindo para colocar uma antes que os pés congelassem. Ou uma água para fazer um chá, que me recorda o fogão a lenha e o meu pai colocando pinhões naqueles domingos frios e de cerração fechada. Sem falar da fumaça do fogão saindo pela chaminé da minha vó...
A cada blusa de malha que eu tiro do guarda-roupa vem junto um turbilhão de sensações e recordações. Nos dias frios é que me sinto mais farroupilhense, como se lembrasse exatamente da minha origem. Como se voltasse para casa. Como se eu me encontrasse. Como se tudo finalmente fizesse sentido.
5.6.13
pequenas e queridas vitórias
Aí chego no jornal e descubro que meu telefone continua quebrado. Ok, pegamos em outra mesa. É chato, é incômodo, mas vamos lá.
Horas depois o gravador que uso para fazer as entrevistas estraga. Não perco nada, mas preciso de outro sistema operacional para tirar os arquivos.
Sabe aquela vontade ACUMULADA de largar tudo de mão? De sentar no meio-fio e desistir? Pois é. Mas continuei trabalhando do jeito que deu.
Daí que agora nada disso mais nem me importa. Descobri que, depois de meses, foi publicada a matéria que escrevi com um amigo sobre prisão provisória. E no LE MONDE. Le Monde!!!!
Nunca, nunquinha imaginei que publicaria algo no Le Monde. E naturalmente aconteceu. É uma satisfação imensa ver que os veículos que te serviram de referência durante a faculdade (como o BF) agora te servem de base para publicar as TUAS reportagens. E sobre um tema - prisões - para os quais mais me dediquei até hoje.
Digam o que quiserem, pensem o que quiserem. Vencemos em São Paulo. Viemos só tentar aproveitar um diploma, para não jogá-lo no lixo, e chegamos às bancas, literalmente.
Dormirei feliz hoje. Não tenho do que me queixar.
12.5.13
10.2.13
tudo vai caminhando e se encaminhando
Acho que a diferença pode ser explicada pelo meu "novo jeito", digamos assim, de olhar para as coisas. É o mesmo jeito que faz olhar para mim mesma de um jeito diferente, sem cobranças, me aceitando como sou de uma vez por todas. Esse jeito ainda estou treinando, mas tem dado certo. Há tempos não me sentia tão bem. Precisava escrever mais sobre ele, mas por enquanto faltam palavras.
Amanhã, segunda-feira de Carnaval, pretendo ir caminhar de novo. E pela manhã, óbvio, já que pela tarde São Pedro manda toda a água do mundo para cima dos paulistanos.
19.2.12
clima do meu domingão de carnaval
Sozinho pelas ruas de São Paulo eu quero achar alguem prá mim, um alguém tipo assim...
5.9.11
na rua augusta
4.6.11
a velhinha budista
Saí feliz da apresentação, mas pensativa a respeito da minha vida, especialmente a parte vivida na capital gaúcha. Vitórias, derrotas, coisas boas, ruins e as coisas que nunca aconteceram, que são sempre as mais difíceis de aceitar.
Na plataforma do metrô, uma senhora com copos-de-leite artificiais na mão me aborda e pergunta, "você é novinha, né"? Respondi que não era tão novinha assim e ela começou a conversar. Era uma velhinha budista e me fez repetir um mantra que, segunda ela, mudou sua vida.
Lá pelas tantas da conversa sem muito sentido mas ainda assim simpática, ela revelou que tinha 79 anos e, diferente de mim, que disse que não era mais uma menininha, ela disse que nunca deixou de ser uma. E que eu não deveria nunca deixar de ser uma. Disse ainda que eu vou ser muito feliz, só preciso "objetivar" nas coisas que eu queira, e que devo continuar usando minhas meias cor-de-rosa (são roxas, mas tudo bem).
Não sei por quê, certas coisas não têm muito (ou qualquer) sentido, mas encontrar essa velhinha em um momento em que eu estava tão pensativa me deu uma sensação boa. Parecia uma benção.
9.11.10
os isqueiros
Frase pichada em um muro da Cracolândia, publicada em matéria da Folha em setembro. Trágica, mas ainda assim sensacional.
2.9.10
sem silêncios

4.8.10
os tais ciclos
17.7.10
a musa modernista

Em São Paulo, tem coisas interessantes acontecendo. Na Casa das Rosas, um centro cultural abrigado em um casarão maravilhoso na Avenida Paulista, todo o mês de julho é dedicado à escritora. Ali foi lançada a fotobiografia Viva Pagu, junto com filmes, debates, oficinas e uma exposição, super simpática, sobre a trajetória da chamada musa modernista.
Quem tem curiosidade sobre a vida dessa santista de 1910 pode acessar o blog que divulga o livro Viva Pagu, o com uma parte dedicada à sua produção jornalística.
Outro link é o da Agência Patrícia Galvão, do Instituto de mesmo nome, com várias informações sobre direito das mulheres, violência de gênero e liberdade sexual.
Enquanto não compro meu Viva Pagu, vou desentocar um outro livro sobre a escritora que ganhei e que nunca li. Tudo pra entender mais sobre essa mulher que encanta a gente por osmose.
12.5.10
aniversários e violinos
Para comemorar as vitórias e esquecer as agruras passadas no período, dei-me um concerto de presente... A apresentação da Camerata Aberta aconteceu no Masp, com quatro belas peças de erudito que misturam antigo e contemporâneo...

De qualquer forma, como houve noites de vontade de pianar, hoje foi noite de querer “violinar”... E de viver esse terceiro ano que está começando...