Venci a preguiça usual das noites de sábado e fui até o Centro Cultural ver o show do Apanhador Só. Era meio desconfiada da banda, mas me rendi. Músicas bonitinhas, sotaque porto-alegrense e músicos gatinhos.
Saí feliz da apresentação, mas pensativa a respeito da minha vida, especialmente a parte vivida na capital gaúcha. Vitórias, derrotas, coisas boas, ruins e as coisas que nunca aconteceram, que são sempre as mais difíceis de aceitar.
Na plataforma do metrô, uma senhora com copos-de-leite artificiais na mão me aborda e pergunta, "você é novinha, né"? Respondi que não era tão novinha assim e ela começou a conversar. Era uma velhinha budista e me fez repetir um mantra que, segunda ela, mudou sua vida.
Lá pelas tantas da conversa sem muito sentido mas ainda assim simpática, ela revelou que tinha 79 anos e, diferente de mim, que disse que não era mais uma menininha, ela disse que nunca deixou de ser uma. E que eu não deveria nunca deixar de ser uma. Disse ainda que eu vou ser muito feliz, só preciso "objetivar" nas coisas que eu queira, e que devo continuar usando minhas meias cor-de-rosa (são roxas, mas tudo bem).
Não sei por quê, certas coisas não têm muito (ou qualquer) sentido, mas encontrar essa velhinha em um momento em que eu estava tão pensativa me deu uma sensação boa. Parecia uma benção.
Um comentário:
Talvez tenha sido.
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