16.7.09

sos digo eu

Dando prosseguimento às minhas reflexões sobre Gay Talese que, como avisei no post anterior, não terminariam tão cedo. Quando perguntaram para ele o que achava dos jornais nos Estados Unidos, ele citou a cobertura feita pela imprensa estadunidense sobre o "conflito" no Iraque.

Gay Talese, o mestre, lembrou que foi uma "guerra" em que os repórteres acompanharam as tropas dos Estados Unidos, viajaram juntos e, por isso, não houve um mínimo de isenção para trabalhar. Tanto que ele declarou que "o que esses jornalistas produziram não teve qualquer significado".

Concordando neste ponto com o gênio, até porque basta meio cérebro para tal, eis que vejo um dos blogs do Estadão, de uma repórter que está indo para onde? Afeganistão! Com quem? Junto com as tropas dos Estados Unidos. Como? Praticamente por meio de uma espécie de concurso promovido pelos soldados.

Nem vou citar nomes, porque anda moda processar donos de blogs. Não que o meu tenha qualquer relevância em termos de opinião pública, mas alguém sempre pode descobrir, se chatear e querer ganhar um dinheirinho por vias judiciais.

Segundo a jornalista (que parece já estar em Cabul), "depois de ter contato com vários soldados a caminho da guerra, gostaria de ver de perto o que eles estão enfrentando. Uma coisa é estar confortavelmente no ar condicionado falando sobre a guerra com analistas. Outra coisa é testemunhar o custo do conflito para os afegãos. Para isso, o ideal era o tal 'embed', em que o jornalista consegue chegar até o front, e fica embutido na tropa – dorme , acorda, come, e vai em missões com os soldados".

E mais: "espero absorver cada detalhe de tudo o que estiver acontecento ao meu redor, conversar longamente com soldados americanos, e com civis afegãos cansados dessa guerra que não acaba mais e está custando tantas vidas. E se Deus quiser, escrever matérias que nos ajudem a entender essa guerra".

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