o tempo que não importou

Presa em uma estrada movimentada hoje de manhã, nem sei direito que horas seriam. Rumava a São Paulo, depois de um feriadão em Santos.
Eu dormia, a noite não fora bem dormida. Quando acordo, percebo o murmúrio das pessoas, preocupadas com o horário e com o ônibus que não chegava à tão esperada rodoviária.
Com o tempo, crescia o número de cabeças que levantavam por cima do banco, tentando vislumbrar se era acidente ou puro trânsito que atrasava tanto a chegada.
Eu não tinha pressa, talvez fosse preguiça ou consciência de que,
terminada a viagem, havia uma mala grande e pesada para carregar durante todo o dia. Continuei sem olhar para o relógio e tampouco ligava para que horas seriam ou quantos minutos haviam sido "desperdiçados" com a demora.
De qualquer forma, a falta de pressa, naquele momento, fez-me sentir relativamente livre em relação àquelas pessoas e àquele tempo.
Foi a chamada "subversão" do dia.